O Sururu é o nome popular de um molusco bivalve, ou seja, que é envolvido por duas conchas, bastante típico na costa nordestina do Brasil.
O Sururu, cientificamente batizado de Mytella charruana, é um molusco que também recebe o nome de mexilhão, em outras regiões.
Este molusco é considerado uma referência na culinária baiana, alagoana, maranhense, pernambucana e de demais estados do Nordeste brasileiro.
No estado de Alagoas, por exemplo, este molusco tem tanta importância econômica e cultural para a população que se transformou em Patrimônio Imaterial, pelo Conselho Estadual de Cultura de Alagoas.
Etimologicamente, a palavra “Sururu” surgiu a partir do Tupi, antigo idioma falado por grande parte dos indígenas que vivam em território brasileiro.
A culinária nordestina é nacionalmente conhecida por seus pratos típicos, entre eles destacam-se o “caldo de Sururu” e a “moqueca de Sururu“.
O que é Sururu?
Por terem nomes semelhantes, muitas vezes o Sururu é confundido com a cobra surucucu.
Na verdade, enquanto a surucucu é um réptil, o Sururu é um molusco.
Seu nome científico é Mytella charruana e é bastante encontrado na costa do nordeste do Brasil.
O molusco é bivalve, o que quer dizer que possui duas conchas envolvendo-o.
Em outras regiões do Brasil, este molusco costuma ser chamado de mexilhão.
O Sururu possui um papel bastante destacado na culinária nordestina, em especial na baiana, maranhense, pernambucana e alagoana.
Dentre os famosos pratos nordestinos feitos tendo o Sururu como ingrediente principal destacam-se a moqueca de Sururu e o caldo deste molusco.
Este molusco é bastante semelhante à ostra e a maioria dos pratos feitos com ele utiliza o azeite de dendê que, assim como o Sururu, também é bastante utilizado na culinária nordestina.
Para que serve o Sururu
O Sururu tem uma importância fundamental na sustentação alimentar de comunidades de baixa renda, mas também é apreciado por pessoas de todas as classes sociais.
O molusco é rico em proteínas de alta qualidade, que têm a função de formação e recuperação dos tecidos, é de fácil digestão e tem baixo teor de gordura em relação a outros animais.
No entanto, estes benefícios estão sendo prejudicados com a poluição do meio ambiente e o mau manejo do produto.
A pesquisa com o molusco foi iniciada há 10 anos e no final do ano passado foi realizado um novo estudo.
O que chamou a atenção dos pesquisadores foi que não houve mudanças significativas acerca da poluição encontrada no alimento.
As análises foram realizadas com o produto ainda in-natura, ou seja, retirado direto da lagoa.
Fatores mostraram que o produto já é contaminado por águas de esgotos despejados diretamente na lagoa tanto de residências quanto de fábricas.
Além da poluição ambiental que contamina este molusco, a manipulação em péssimas condições de higiene, agrava a contaminação.
Uma coordenadora do projeto, orienta que, nessas condições, é melhor adquirir o molusco na concha, porque reduz o nível de contaminação.
Mas Normande alerta que, para resolver o problema, é preciso investimento público.
É necessário proteger nossas lagoas da poluição ambiental e também realizar a capacitação dos pescadores e marisqueiras, que manipulam o molusco.
Além disso, os comerciantes de baixa renda que vendem este molusco precisam de apoio para adquirir equipamentos de refrigeração, para que o produto não seja exposto sem nenhuma proteção como acontece atualmente.
A professora comenta ainda que, já foi implantado um mercado deste molusco, na margem da Lagoa Mundaú, mas agora resta apenas a sucata, porque a população que utilizava este local não foi devidamente informada sobre como melhorar o condicionamento do molusco.
A contaminação adquirida pelo produto por conta da manipulação inadequada em todo o processo, desde a pesca à chegada a mesa, poderá, além de reduzir o valor nutritivo do produto, diminui o tempo de vida útil dele.
A manipulação incorreta e a poluição das lagoas geram prejuízos econômicos e à saúde da população.
A contaminação pode atingir o organismo humano com bactérias patogênicas, como a salmonela e o cólera (Vibrio cholerae), além de toxinas estafilocócicas, vírus da hepatite A, entre outras.
Este molusco precisa ser visto com outros olhos. Ele é um alimento nobre, que traz vários benefícios, explica a professora.
Enquanto não for resolvido o problema da poluição e da manipulação sem condições de higiene, o consumidor tem que redobrar os cuidados.
Um cozimento em temperatura de 75° já garante uma grande segurança e pode eliminar os micro-organismos que causam a contaminação.
Como usar o Sururu
O Sururu pode ser consumido in natura ou pode ser usando de outras formas, tais como:
Caldo de Sururu
Ingredientes:
- 1 tomate;
- 2 cebolas grandes;
- 1 pimentão;
- 1/2 maço de coentro;
- Hortelã fino;
- 100 g de amendoim torrado;
- 500 g de camarão;
- 4 litros de Sururu com casca;
- 100 ml de azeite de dendê;
- 200 g de farinha de mandioca.
Modo de Preparo:
- Primeiro lave bem o Sururu com casca
- Em seguida, afervente até que ele esteja aberto por completo
- Reserve o caldo e retire o Sururu que vem em toda a casca
- Coloque o Sururu catado dentro do caldo que foi reservado e leve ao fogo
- Logo depois bata no liquidificador o tomate, a cebola, o pimentão, o coentro, o hortelã, o
- camarão, o amendoim torrado e a farinha com um pouco de água
- Depois da mistura batida misture junto com o caldo ao fogo e mexa até obter uma mistura homogênea e acerte o sal, se necessário
- Quando ferver, adicione o azeite e espere até que ele esteja cozido, sempre mexendo para não embolar
Sururu ao Leite de Coco
Ingredientes:
- 1 kg de Sururu descascado e limpos;
- 1 cebola media ralada;
- 2 dentes de alho amassados;
- 1 pires de coentro picadinho;
- 2 colheres sopa de extrato de tomate;
- 1 tomate sem pele e sem semente picadinho;
- 3 pimentas de cheirosem semente picadinhas;
- Azeite de oliva;
- Suco de 1 limão grande;
- Sal, pimenta-do-reino e páprica doce a gosto;
- 500 ml de leite de coco.
Modo de Preparo:
- Tempere o Sururu com o suco do limão, a pimenta-do-reino, o sal e a páprica
- Leve para dourar no azeite, em fogo brando, a cebola e o alho, assim que dourarem acrescente a pimenta de cheiro, o tomate e o Sururu e deixe cozinhar, mexendo de vez em quando
- Quando a água formada pelo cozimento diminuir a menos da metade acrescente o extrato de tomate e o leite de coco, deixe cozinhar por mais 10 minutos
- Acrescente o coentro e desligue o fogo
- Sirva com arroz branco
Malefícios do Sururu
Não foram encontradas contraindicações deste molusco.